Brasília, 17 jan (EFE).- O Governo brasileiro calculou nesta segunda-feira que cinco milhões de pessoas vivem em 500 áreas de risco no país, nas quais podem acontecer tragédias como a ocorrida no Rio de Janeiro, onde pelo menos 649 pessoas morreram na semana passada por deslizamentos causados pelas chuvas.
Na semana passada, após o desastre na Região Serrana do Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff ordenou que vários ministérios, entre eles o de Ciência e Tecnologia, se ocupem de desenhar um novo sistema nacional de alarme e prevenção de desastres naturais, que será coordenado pela Defesa Civil."Temos que criar um sistema de alarme, dar conhecimento à população e informar os procedimentos que ela tem que tomar em casos de risco", disse aos jornalistas o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Mercadante explicou que para cumprir esse objetivo será necessário um forte investimento, ainda não precisado, na aquisição de novos radares, e modernos equipamentos meteorológicos e pluviométricos, assim como em mecanismos de alarme que permitam inclusive evacuar uma região ameaçada por temporais de grandes magnitudes.
Além disso, disse que será necessário realizar novos levantamentos geofísicos de todo o território nacional, pois atualmente não há dados devidamente atualizados.
"Estimamos em aproximadamente 500 as áreas de risco no país, com cerca de 5 milhões de pessoas morando, e temos outras 300 regiões sujeitas a inundações" graves, indicou Mercadante.
Segundo o ministro, implantar totalmente um sistema de alarme tão vasto como o que se deseja instalar em todo o país pode levar quatro anos.
No entanto, disse que o Governo quer que, pelo menos para o próximo verão, esse sistema possa operar nas regiões mais críticas do país.
O Governo está "fazendo uma ampla reflexão e é evidente que precisamos fazer mais investimentos, estruturar e ter uma política voltada mais para a área de prevenção, do mapeamento das áreas de risco", indicou.
Segundo o último balanço divulgado pelas autoridades do Rio de Janeiro, o número de mortos por deslizamentos e enchentes causadas pelas chuvas na semana passada chega a 655.
Além disso, mais de dez mil pessoas perderam suas casas e existe um número de desaparecidos ainda não informado.
As localidades mais afetadas foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis e Sumidouro, onde os trabalhos de resgate continuam. EFE
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